quarta-feira, 23 de março de 2011

19:45




Fazia bem lembrar-se de como se conheceram e de como se encantara por aquele olhar e aquele sorriso, pois era como se o corpo inteiro olhasse e sorrisse junto.
Aprendeu a ler cada um desses olhares e sorrisos. Lia a ternura que saía dos olhos, dos gestos, das palavras, do silencio e amou cada uma dessas manifestações de ser. Mais ainda quando leu o desejo que crescia a cada encontro.
Na medida em que se estreitavam os laços do convívio, percebeu a força, a vibração, percebeu o quanto aquele olhar e aquele sorriso cativavam, o quanto tinham disposição para sair porta a fora, desbravando o mundo, confirmando os gestos e as ações.
Percebeu que esse tipo de sentimento não segue regras e se rendeu. Valia a pena! E mais: achava graça no jeito como viviam essa paixão, no jeito cúmplice de ser e expressar o encanto de um com o outro e refletia que quando o amor chega à vida das pessoas subverte qualquer ordem e convenção.
Ainda bem. Só a mediocridade sobrevive de obviedades.

Crédito: Edna Lopes